terça-feira, 23 de novembro de 2010

O "Ferró" está no meu coração

Nunca escrevi com periodicidade sobre as minhas memórias. Talvez o faça neste primeiro blogg.
Nascimento
Nasci em Goiânia, na maternidade Modelo (Setor Sul), a 24 de abril de 1968. Quatro anos de ditadura no Brasil. Jovens rebeldes na França. Dois anos depois, pra frente Brasil, com Copa do Mundo e mais ditadura.
À época, morava no Setor Norte Ferroviário, num barracão de adobo, próximo à casa do senhor Geraldinho, vizinho do sêo João e Dona Rosarina, seu Antônio e Dona Julinha, que me viram crescer.
Minha casa tinha cerca de arame farpado (na época, muitas eram assim). Tinha pés de manga, goiaba, cana-de-açúcar. Na época certa, meu pai plantava mandioca - o lote era grande (diferente da maioria dos lotes, hoje, que antecipam as prisões que serão as casas caixote).
Lembro-me de algumas travessuras (quase crime, não fosse criança). O estilingue era brinquedo. Portanto, matar passarinho era brincadeira. Tadinhos dos sabiás.
Aos sete anos, acho, íamos - eu e vários colegas, entre eles o "Piulinho" (filho do ex-grande-jogador do Goiás Esporte Clube "Mané Preto"), o Valdeir, o Naldinho, o Serginho "Pato Quenk", ...) - tomar banho e pescar no Rio João Leite. Na época, o acesso era pelas fazendas no Criméia Oeste. Um dia, ia me afogar (não sabia nadar!!!) tentando atravessar um trecho do rio. "Piulinho" ou Paulo Roberto Maximiliano Santos me salvou depois de ter bebido alguns litros d'água. A respiração quase estancou.
Jogávamos golzinho na rua mesmo, com traves de madeira ou de ferro. Tinha próximo, repróximo, tripróssimo, tetrapróximo, ufa, quanta gente gostava de jogar. Para ficar mais forte, pedia um tempinho, ia correndo pra dentro de casa e pedia à minha mãe (Dona Dulce) pra me dar um copo de leite. Bebido, acreditava que naqueles segundos após tinha ficado mesmo mais forte.
Maravilhoso quando íamos (meu pai, Reid Duarte Setúbal, minha mãe e meus irmãos: Reid Jr, Sérgio e Flávio) para a chácara, no Jardim Califórnia. Subíamos nos pés de abacate, manga, siriguela; tomávamos banho de balde, água da cisterna. Na época (década de 1970), o Rio Meia Ponte já era esgoto da cidade - e olha que noutros tempos mãe e pai haviam bebido água limpa e tomado banho em seu leito.
Na chácara e em minha casa tinha criação de galinhas. Aliás, fui criador de Galizés. Esta história (ou estória?), e outras no meu "Ferró" do coração, conto depois.

* Gostei muito de ter um blogg e escrever nele pela primeira vez. Interessante (íssimo)!