RODA DE CONVERSA DA AEGB
Roda de Conversa da AEGB . Goiânia, 25 de novembro/2015. Ratto, com atletas, pais, professor e dirigente da AEGB, no ginásio do Sesi Clube Ferreira Pacheco. Foto: arquivo AEGB |
É possível uma pessoa baixa e magra
tornar-se um jogador de basquete de nível internacional? A resposta é sim. E é
fácil? A resposta é não. Na verdade, não há fórmula mágica, mas dá pra dizer
que uma regra é básica e fundamental: não se conquista nada sem sacrifício.
De modo geral foi esse o ensinamento
do ex-jogador e durante 10 anos armador da Seleção Brasileira de Basquete,
André Luis Guimarães Fonseca, mais conhecido como Ratto, que na noite de
quarta-feira, 25, participou da Roda de Conversa da AEGB, no ginásio da equipe,
no Sesi Clube Ferreira Pacheco, em Goiânia. Participaram da palestra cerca de
50 atletas das equipes de base da AEGB, pais e mães de atletas, o professor e
técnico do time, Reid Duarte Júnior e o presidente da instituição, Cláudio
Marques.
Ratto falou de suas conquistas como
jogador em vários dos principais clubes brasileiros e pela Seleção Brasileira
de Basquete (veja o perfil completo nesta reportagem). Depois, fez questão de
frisar o difícil caminho percorrido por ele no início de sua carreira. “Tem que
ralar muito, nada cai do céu”, enfatizou.
Ratto conta que em sua juventude
treinava em uma quadra ruim, com tabela de madeira e que teve que ser criativo e
insistente para desenvolver seu potencial. “À época, assisti o filme Rock 4,
com Silvester Stallone que, como Rocky, no papel de lutador de boxe enfrentaria
Drago, um lutador russo. Como não tinha a tecnologia em seu favor, Rocky
treinava na neve e com outros instrumentos rústicos, e ganhou a luta”. Espelhando-se
no filme, Ratto lembra que para adquirir força nas pernas, por exemplo, corria
nos mangues e nas dunas de Salvador. Diariamente, ele acordava às 6 horas da
manhã e ia treinar. “Tudo o que consegui foi porque tinha uma velocidade e uma
condição física acima da média”, frisou.
“Tudo o que consegui foi porque tinha uma velocidade e uma condição física acima da média”
Segundo Ratto, para se chegar onde
se pretende, “o importante é irmos ao nosso limite máximo. Eu sempre entrei na
quadra e, do primeiro ao último minuto, dei o meu máximo”.
Ele ressaltou que cada um dos
atletas da AEGB ali presentes, em tese, tem condições de conquistar espaços
melhores no basquete. “Se eu, magro, baixo, da Bahia, cheguei à seleção,
qualquer um aqui também pode, sou um exemplo vivo de que é possível”. Claro, para
isso é preciso muita disciplina e aplicação. “Não dá pra ficar na balada e ser
atleta, a vida é feita de escolhas”, ensina.
“o importante é irmos aonosso limite, dar o máximo de si"
Ratto ressalta que o fundamental
para a evolução de um atleta é o treinamento. Como referencial, ele citou AirtonSenna, que foi o melhor corredor do mundo, sob chuva, “não apenas por dádiva de
Deus, mas porque desde adolescente, ainda no Kart, ele treinava muito debaixo
de chuva. Então na hora da corrida quem é que se dava bem?” – e responde: “O
Senna, por ter treinado mais que os outros!”
Ratto lembrou de outro atleta
exemplar, seu padrinho de casamento e o maior cestinha de todos os tempos,
Oscar Schmidt. “Oscar não foi o Mão Santa só porque Deus quis, mas também
porque ele treinava mil arremessos por dia”.
“Sofram um dia antes de cada jogo, pensem, imaginem as situações de cada partida, para ter tudo programado na hora do jogo”
Armador, Ratto enfatizou aos atletas
da AEGB que jogam nessa função, a importância da concentração, antes de cada
jogo. “Sofram um dia antes de cada jogo, pensem, imaginem as situações de cada
partida, para ter tudo programado na hora do jogo”, reforçou. “O armador tem
que ser o mais habilidoso, o mais inteligente, o mais esperto e o mais generoso”,
frisou, ao ressaltar que uma das mais relevantes atribuições do armador é servir
aos colegas de equipe. “Eu me sinto tão feliz em dar assistência, quanto me
sinto feliz ao fazer uma cesta”.
Por fim, ele elencou alguns
pressupostos para que o jogador de basquete possa ter êxito:
1º - Estudar. “É bom para o futuro e para o basquete, que é jogo para
gente inteligente”.
2º - Treinar. “Mais do que os outros, com dedicação. É bom individualmente
e coletivamente.
3º - Acreditar. “Em 2024, doze pessoas estarão nas olimpíadas. Por quê
não pode ser um atleta da AEGB?”.
4º - Ter personalidade para decidir. “O errar e o acertar faz parte”.
5º - Nunca fugir da responsabilidade.
6º - Fazer com amor, fazer bem feito.
Clics Cerradania
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