sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

"Uma andorinha só não faz verão"

Neste exato momento, durante toda esta sexta-feira (25/02), a Coordenação dos Movimentos Sociais realiza sua 9ª Plenária Nacional, em São Paulo (veja matéria logo após este meu comentário). Antes do fato, vale um dedinho de prosa sobre como nasceu esta iniciativa plural, democrática e unificadora das lutas do povo brasileiro.

Ainda era 'menino', uns 18 anos de idade, quando comecei a participar de movimentos sociais. Primeiro, estudantil, depois, sindical e popular. Entre os movimentos populares, como estudante/estagiário, junto com o amigo (hoje jornalista e professor da Facomb-UFG), assessorei a Federação Goiana de Inquilinos e Posseiros e o Movimento Nacional de Luta pela Moradia, à época tendo como referências políticas em Goiás o companheiro Ronnie Barbosa (PT), Vidal Barbosa e Maurício Beraldo (hoje vereador pelo PSDB).

Era final da década de 1980. Destes e outras centenas de movimentos que 'pipocavam' no pós ditadura militar, surgiu o embrião da Coordenação Nacional dos Movimentos Populares. A iniciativa visava unificar as lutas gerais dos mais variados movimentos sindicais e populares, de modo a que não ficassem somente nas bandeiras corporativas.

Atualmente, além da CUT, integram a Coordenação dos Movimentos Sociais outras 29 entidades nacionais, entre elas  MST, CMP, UNE, UBES, ABI, CNBB/OS, Grito dos Excluídos, Marcha Mundial das Mulheres, UBM, CNTE, Intervozes, FUP, entre outras (lista completa no final deste post).

Como se dizia em 1988: "uma andorinha só não faz verão". A história mostrou que vale a pena lutar junto, realizar sonhos e avançar na construção de um outro mundo possível.

Cláudio Marques.


A Coordenação dos Movimentos Sociais realizará sua 9ª plenária nacional nesta sexta-feira (25) a partir das 9h30 na sede central da Apeoesp, na capital paulista.

Segundo Rosane Bertotti, secretária nacional de Comunicação da CUT e representante da Central na CMS, a plenária cumpre o papel de potencializar as lutas populares, ao somar pluralidade e diversidade de visões de mundo que convergem para um objetivo único.

“A existência da CMS é extremamente frutífera, representando um amadurecimento coletivo das entidades sindicais, de trabalhadores rurais e urbanos, estudantis, comunitárias, femininas e da negritude que, sem abrir mão de seus projetos e concepções, se unem para pavimentar um caminho comum de defesa dos interesses do povo brasileiro”, declarou Rosane.

Esta unidade na diversidade, enfatizou, é a maior riqueza da CMS, que tem cumprido um papel chave, seja no enfrentamento ao retrocesso neoliberal, como ocorreu recentemente durante o processo eleitoral, seja na defesa de um projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho, distribuição de renda e ampliação de direitos.

Para Rosane, o agravamento da crise econômica e financeira que tem como centro os países desenvolvidos vai exigir ações mais efetivas do Estado brasileiro, que deve ampliar os investimentos nas áreas sociais e fortalecer políticas públicas. “Nossa agenda é a que saiu vitoriosa das urnas: mais salário, mais empregos e mais direitos. Discordamos frontalmente do corte de recursos, da suspensão de concursos públicos, da elevação dos juros e do freio à expansão salarial, anunciados recentemente pela equipe econômica. Nosso compromisso é com a melhoria das condições de vida e trabalho dos brasileiros e brasileiras e isso se faz com um Estado indutor, que exerça protagonismo no combate às injustiças”, sublinhou.

A dirigente cutista lembrou que além da pauta nacional, o tema da solidariedade internacional também terá importante papel nos debates da plenária. Rosane frisou que no último Fórum Social Mundial, realizado em Dacar, capital do Senegal, de 6 a 11 de fevereiro, a assembleia dos movimentos sociais convocou já para o próximo 20 de março um dia mundial de luta contra a multiplicação das bases militares dos Estados Unidos, de solidariedade com o povo árabe e africano, e também de apoio à resistência palestina e saharauí.

Além da CUT, integram a Coordenação dos Movimentos Sociais as seguintes entidades: MST, CMP, UNE, UBES, ABI, CNBB/OS, Grito dos Excluídos, Marcha Mundial das Mulheres, UBM, Conem, Unegro, MTD, MTST, Contee, CNTE, Conam, UNMP, Ação Cidadania, Cebrapaz, Abraço, CGTB, Intervozes, CNQ, FUP, Sintap, ANPG, CTB, CMB e MNLN.

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