segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A timoneira do barco Brasil

Há 20 anos sou filiado ao Partido dos Trabalhadores, embora há uns 25 anos seja militante (primeiro estudantil, depois sindical, depois partidário). Sempre achei que em tudo na vida é necessário ter lado. Considero com um dos principais problemas a injustiça, qualquer que seja. Avalio que fazer parte de uma organização é uma das formas de se exercer a cidadania. Nesse sentido, reconheço e parabenizo quem participa de um grupo social, uma associação de bairro, uma organização não governamental, um partido político, uma igreja, pois todas -- a seu modo -- colaboram para que exerçamos nosso papel na construção de uma cidade, um estado, um país, um mundo melhor.

Avalio que o Brasil passa por um período de transição importante em sua história. Vivemos o momento mais longo de nossa jovem democracia (sempre historicamente estancada por ditaduras) e se permanecermos no rumo, poderemos conquistar o sonho de nos tornarmos uma verdadeira e plena Nação.

Fazer esse sonho transformar-se em realidade passa pela execução de políticas públicas sustentáveis e, claro, pela valorização, "como nunca antes nesse país", de uma das ferramentas mais necessárias ao futuro: a educação. O artigo abaixo, deixa clara a vontade do atual governo e da timoneira do 'barco Brasil', Presidenta Dilma Roussef.

País do conhecimento, potência ambiental



DILMA ROUSSEFF

Hoje, já não parece uma meta tão distante o Brasil se tornar país economicamente rico e socialmente justo, mas há grandes desafios pela frente, como educação de qualidade

Há 90 anos, o Brasil era um país oligárquico, em que a questão social não tinha qualquer relevância aos olhos do poder público, que a tratava como questão de polícia.
O país vivia à sombra da herança histórica da escravidão, do preconceito contra a mulher e da exclusão social, o que limitou, por muitas décadas, seu pleno desenvolvimento.
Mesmo quando os grandes planos de desenvolvimento foram desenhados, a questão social continuou como apêndice e a educação não conquistou lugar estratégico. Avançamos apenas nas décadas recentes, quando a sociedade decidiu firmar o social como prioridade.
Contudo, o Brasil ainda é um país contraditório. Persistem graves disparidades regionais e de renda. Setores pouco desenvolvidos coexistem com atividades econômicas caracterizadas por enorme sofisticação tecnológica. Mas os ganhos econômicos e sociais dos últimos anos estão permitindo uma renovada confiança no futuro.
Enorme janela de oportunidade se abre para o Brasil. Já não parece uma meta tão distante tornar-se um país economicamente rico e socialmente justo. Mas existem ainda gigantescos desafios pela frente. E o principal, na sociedade moderna, é o desafio da educação de qualidade, da democratização do conhecimento e do desenvolvimento com respeito ao meio ambiente.
Ao longo do século 21, todas as formas de distribuição do conhecimento serão ainda mais complexas e rápidas do que hoje.
Como a tecnologia irá modificar o espaço físico das escolas? Quais serão as ferramentas à disposição dos estudantes? Como será a relação professor-aluno? São questões sem respostas claras.
Tenho certeza, no entanto, de que a figura-chave será a do educador, o formador do cidadão da era do conhecimento.
Priorizar a educação implica consolidar valores universais de democracia, de liberdade e de tolerância, garantindo oportunidade para todos. Trata-se de uma construção social, de um pacto pelo futuro, em que o conhecimento é e será o fator decisivo.
Existe uma relação direta entre a capacidade de uma sociedade processar informações complexas e sua capacidade de produzir inovação e gerar riqueza, qualificando sua relação com as demais nações.
No presente e no futuro, a geração de riqueza não poderá ser pautada pela visão de curto prazo e pelo consumo desenfreado dos recursos naturais. O uso inteligente da água e das terras agriculturáveis, o respeito ao meio ambiente e o investimento em fontes de energia renováveis devem ser condições intrínsecas do nosso crescimento econômico. O desenvolvimento sustentável será um diferencial na relação do Brasil com o mundo.
Noventa anos atrás, erramos como governantes e falhamos como nação.
Estamos fazendo as escolhas certas: o Brasil combina a redução efetiva das desigualdades sociais com sua inserção como uma potência ambiental, econômica e cultural. Um país capaz de escolher seu rumo e de construir seu futuro com o esforço e o talento de todos os seus cidadãos.
DILMA ROUSSEFF é a presidente da República.
Disponível em http://blog.planalto.gov.br/pais-do-conhecimento-potencia-ambiental/ (acesso em 21/02/2011)

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