Doze atletas e três pais/dirigentes da Associação Esportiva Goiana de Basquete (AEGB) tiveram a oportunidade de vivenciar um outro dia inesquecível. Eles participaram de uma aula especial de basquete, organizada pela escolinha GG12, do ala-pivô da Seleção Brasileira e do UNICEUB/BRB/BRASÍLIA, Guilherme Giovannoni.
A clínica de basquete teve dois momentos igualmente importantes: uma palestra sobre formação ética no esporte, com o professor Ronaldo Pacheco e um treinamento prático com o próprio Giovannoni e sua equipe, incluindo o ala e professor de educação física, Frederico Rossi, Bruno Savignani, Rodrigo Galego e outros.
Cerradania divulga hoje o conteúdo da palestra do professor Ronaldo Pacheco. Em um próximo post, você terá informações sobre o treinamento e o método pedagógico utilizado pela escolinha GG12 e saberá que com coisas muito simples é possível dar uma aula especial, criativa e produtiva. Também publicaremos uma entrevista exclusiva concedida gentilmente pelo Guilherme Giovannonni. Boa leitura!
Cláudio Marques.
Ronaldo Pacheco: “O mais importante são as amizades que marcam para sempre na vida”
Educador Ronaldo Pacheco, professor da Universidade Cátólica de Brasília e técnico da equipe sub-21 de basquete do CEUB. Foto: Cerradania/Cláudio Marques |
A “Formação ética no esporte”, envolvendo atletas e familiares de alunos praticantes de basquete, foi tema de uma aula marcante do professor de educação física da Universidade Católica de Brasília e técnico da equipe sub-21 do CEUB, Ronaldo Pacheco, realizada na universidade, como parte de uma clínica de basquete organizada pela escolinha GG12, do ala-pivô Guilherme Giovannoni.
O professor César Frobes e seus atletas, do SESC-DF. Foto: Cláudio Marques |
Em sua exposição, Pacheco falou das ilusões e sonhos que poucos realizam, mas do quanto a prática esportiva em si sempre trará “frutos positivos”. Ele fez reflexões sobre o papel de uma escola esportiva na formação infantil, afirmando que nessa fase da vida o foco não pode ser um único esporte, mas a alfabetização motora. Nesse sentido, explicou que uma criança que na infância tem contato com variados esportes, quando escolhe o de sua preferência tenderá a evoluir sempre.
Ronaldo Pacheco: "Uma atitude de apoio pode ser determinante no futuro de qualquer pessoa". Foto: Cerradania/Cláudio Marques |
Para exemplificar o quanto uma atitude de passividade ou de acolhimento pode ser determinante no futuro de uma criança, ele mostrou um vídeo no qual uma talentosa menina cantora, nervosa em função do grande público, esqueceu-se da letra do hino nacional dos E.U.A. em evento da NBA. O público começou a vaiá-la e, num primeiro momento, ninguém fez nada. Ao ver o desespero dela, o técnico de uma equipe de basquete chegou perto e passou a cantar com ela. Apoiada, a jovem cantou até o fim e passou a ter o apoio da torcida. “Uma atitude de apoio pode ser determinante no futuro de qualquer pessoa”, ressaltou. Segundo ele, quando se é criança não pode haver “obrigação de acertar”.
Guilherme Giovannoni: "É preciso ter equilíbrio para enfrentar as adversidades". Foto: Cerradania/Cláudio Marques |
Na mesma linha de raciocínio, Guilherme Giovannoni disse que no esporte quando o time ou o atleta vai bem, todos aplaudem. Mas quando vai mal, são criticados. “A atitude de professores e pais deve ser sempre de apoio, mesmo que o atleta não se desenvolva tecnicamente”. Ele citou um jogo do Brasília contra o Araraquara no qual ele próprio jogava mal. “Houve cobrança da torcida, mas é exatamente neste momento que a gente precisa ter equilíbrio”.
Pais e mães
A maneira como os pais participam da vida do atleta também pode influenciar em seu comportamento, favoravelmente ou negativamente. Ronaldo Pacheco citou o caso real de uma criança que durante um jogo tremia de medo. Ao conversar, descobriu que na escola os pais não admitiam que ela tirasse nota abaixo de 9,5. No jogo, portanto, ela tinha medo de errar. “A gente só aprende porque erra”, ensinou. “Pai, parente, amigo, pode fazer o atleta desistir do esporte”, enfatizou Pacheco. O educador considera que mais importante do que ser bom ‘nisso’ ou ‘naquilo’, “é a vivência, são as amizades que marcam para sempre na vida de cada aluno”, concluiu Ronaldo Pacheco.
O ala do Brasília, Frederico Rossi dos Santos, também contou uma história interessante. Ele lembrou de dois jogos contra o Corinthians. No primeiro ele discutiu muito com um colega, o “Morcego”. No dia seguinte, antes do segundo jogo, o técnico pediu a eles que conversassem muito e fizessem as pazes, já que sempre foram grandes grandes amigos e, como atletas, poderiam prejudicar a equipe. Ao conversar, eles pediram desculpas um ao outro e tiveram como lição que problema a gente resolve no diálogo.
Pais e mães
A maneira como os pais participam da vida do atleta também pode influenciar em seu comportamento, favoravelmente ou negativamente. Ronaldo Pacheco citou o caso real de uma criança que durante um jogo tremia de medo. Ao conversar, descobriu que na escola os pais não admitiam que ela tirasse nota abaixo de 9,5. No jogo, portanto, ela tinha medo de errar. “A gente só aprende porque erra”, ensinou. “Pai, parente, amigo, pode fazer o atleta desistir do esporte”, enfatizou Pacheco. O educador considera que mais importante do que ser bom ‘nisso’ ou ‘naquilo’, “é a vivência, são as amizades que marcam para sempre na vida de cada aluno”, concluiu Ronaldo Pacheco.
O ala do Brasília, Frederico Rossi dos Santos, também contou uma história interessante. Ele lembrou de dois jogos contra o Corinthians. No primeiro ele discutiu muito com um colega, o “Morcego”. No dia seguinte, antes do segundo jogo, o técnico pediu a eles que conversassem muito e fizessem as pazes, já que sempre foram grandes grandes amigos e, como atletas, poderiam prejudicar a equipe. Ao conversar, eles pediram desculpas um ao outro e tiveram como lição que problema a gente resolve no diálogo.
Frerico Rossi, professor de educação física e atleta do Brasília: "problemas a gente resolve por meio do diálogo". Foto: Cerradania/Cláudio Marques |
Dicas do que uma iniciação esportiva pode proporcionar ao aluno/atleta:
§ Base educacional e psíquica sólida;
§ Desenvolvimento multilateral e ampliação do repertório motor;
§ Não preocupação com êxitos imediatos (o basquete é um dos esportes que mais exigem em termos de desenvolvimento motor) e sim com a aprendizagem consistente e duradoura;
§ Pressão com êxitos imediatos pode fazer o atleta parar de jogar
Fonte: Professor Ronaldo Pacheco.
O que pode levar o aluno/atleta a abandonar o esporte:
§ Expectativa muito alta
§ Vencer a qualquer preço
§ Pressão dos pais
§ Treinos repetitivos, longos e com pouca variedade
§ Práticas de treinamentos inconsistentes
§ Lesões devido a treinamentos muito excessivos
§ Amor dos outros demonstrado à base de vitórias e derrotas
§ Perfeccionismo
Fonte: Professor Ronaldo Pacheco.
Clics Cerradania
Nas fotos abaixo, alguns pais e filhos que participaram da palestra com o professor Ronaldo Pacheco.
AEGB: um 2011 de muitas consquistas
Atletas da AEGB com os jogadores Guilherme Giovannoni e Frederico Rossi. Foto: Cerradania/Cláudio Marques |
A família AEGB faz a sua confraternização de final de ano neste sábado, 17 de dezembro. Vai comemorar as conquistas. Conquistas não apenas pelas vitórias alcançadas em quadra, mas também pelas vitórias na vida: o amadurecimento pessoal e as amizades que se formaram e se fortaleceram.
Parabéns à AEGB e a todos e todas que fazem do basquete alimento para a cidadania!
Um novo ano 2012 vezes melhor para cada atleta, pai, mãe, amigo, dirigente.
São os votos de Cerradania.
Cerradania
Edição e texto: Cláudio Marques (MTE 1534)
Email: cerradaniablog@gmail.com
Twitter: Cláudio_mduarte
Facebook: Cláudio Marques Duarte
Caro Cláudio,
ResponderExcluirPrimeiramente queria te parabenizar pelo blog e pelas suas iniciativas em divulgar e proporcionar esta preparação a estes jovens atletas.
De minha parte foi um imenso prazer poder dividir minhas idéias com vocês esperando que elas tenham trazido algumas reflexões importantes aos pais e aos meninos presentes.
De minha parte me coloco à disposição para trocarmos idéias. Estarei sempre torcendo para que seu trabalho proporcione resultados positivos na vida de todos os envolvidos neste projeto.
Abraços,
Ronaldo Pacheco