Estudantes e trabalhadores, do campo e da cidade, juntos, na luta por seus direitos

Nos meus quase 25 anos de participação em movimento sociais, confesso não ter visto uma reação tão rápida quanto a que ocorre em contraposição às medidas antipopulares deste início de mandato do governador Marconi Perillo (PSDB/DEM).

Na internet, a oposição a Marconi de modo organizado ou por meio de manifestações pessoais, já ocorre desde janeiro. Mas nesta quarta-feira, a manifestação foi real.



O ato, pacífico e ordeiro, contou com a participação de mais de 500 pessoas.
Cobram diálogo com o governo, que até agora não recebeu os representantes
dos Movimentos Sociais do Estado de Goiás.

Foto: Cláudio Marques



Na Praça Cívica, em frente ao Palácio Pedro Ludovico, cerca de 500 pessoas (foto), de 24 entidades do campo democrático e popular, realizaram o que chamaram de Encontro de Luta dos Movimentos Sociais.

Portando bandeiras de variadas cores – predomínio da vermelha e da verde –, estudantes e trabalhadores do campo e da cidade, fizeram um dos maiores atos públicos de 2011, na passagem dos cem dias do governo de Marconi Perillo, completados no último domingo.

Um carro de som de alta potência fazia chegar os discursos inflamados a pelo menos 200 metros de distância.



Diego Alves, carregado pelos colegas, estudante do Colégio Decisão e presidente da
União Goiana dos Estudantes Secundaristas (UGES): na luta pelo passe livre para estudantes.
Foto: Cláudio Marques.





Alicinha, do Forum Permanente de Cultura: reivindicação de 5% para a cultura.
Foto: Cláudio Marques.

Na pauta de reivindicações: o pagamento do piso salarial para os professores (é lei mas o governo de Goiás não cumpre até hoje), melhorias no sistema de transporte coletivo, a instituição do passe livre para os estudantes, a ampliação do orçamento da cultura e melhores e maiores investimentos no Sistema Único de Saúde (SUS).

Foto: Cláudio Marques



Foto: Márcia Fabiana/Assessoria CUT



Valdir Misnerovisk, do MST e Altaciro Bunde, do MCP: a reforma
agrária é boa para os trabalhadores e para toda a sociedade.
Foto: Cláudio Marques



Foto: Cláudio Marques.

Ainda: garantia de recursos para a habitação rural, agricultura familiar e camponesa; a diminuição do preço dos combustíveis (aumentou devido à criação pelo governo estadual do fundo de transporte), o fim das privatizações anunciadas pelo governador Marconi Perillo e a solução da situação da Celg, empresa que, segundo os manifestantes, está quebrada “graças a desmandos de políticos”.

Segundo a presidenta da CUT-GO, Bia Lima, que comandou o ato, os trabalhadores do campo e da cidade, e os estudantes, unificaram a pauta de luta por entenderem que juntos podem mais. Bia ressaltou que o servidor público permanece recebendo só uma parte dos seus atrasados. “Essa história de parcelamento do salário é o fim, nós nunca vimos isso: pagar 80% e sabe lá quando o restante”.

Bia Lima, presidenta da CUT-GO: "Juntos, somos mais fortes".
Foto: Márcia Fabiana.

A crise no Ipasgo também foi tema do ato. Os manifestantes expressaram que a solução anunciada pelo governador para o fim da greve de prestadores de serviço foi paleativa. “O governo parcelou em 15 vezes o que os prestadores de serviço já deveriam ter recebido em novembro e dezembro. Isso é um absurdo”, desabafou a presidenta da CUT. Ela reafirmou a principal reivindicação dos usuários do Ipasgo: “O governo de Goiás não investe no Ipasgo, só tira o dinheiro, por isso nós, que financiamos, é que devemos administrá-lo”, concluiu Bia de Lima.



Cláudio Marques; Bia Lima, presidenta da CUT-GO; e Kátia Maria.
Foto: Márcia Fabiana



O ato teve a participação de representantes do mandato do deputada federal Marina Sant´Anna e dos deputados federal Rubens Otoni e estadual, Mauro Rubem.

Deputado Estadual Mauro Rubem: "o que unifica a luta do campo
e da cidade é o enfrentamento ao capitalismo".
Foto: Márcia Fabiana

Um emissário do governador chegou a informar que Marconi Perillo receberia uma comissão representativa dos movimentos sociais. Até o meio-dia, necas e pitibiribas. Também, receber esse povinho, né?

Reivindicações dos movimentos sociais para o Governo do Estado

o   Fim da corrupção

o   Eleições livres para diretores de escolas públicas

o   Passe livre para os estudantes

o   5% do orçamento para a Cultura

o   Melhorias no Sistema de Transporte Coletivo

o   Garantira de Recursos Suficientes para a habitação rural, agricultura familiar e camponesa

o   Piso salarial para os professores

o   SUS de qualidade

o   Autonomia para a Emater, garantindo assistência técnica pública contínua

o   IPASGO para os servidores

o   Criação da Secretaria da Juventude

o   Revogação do decreto 7.227 que elevou os impostos do Petróleo

o   Valorização da UEG

o   Liberação das licenças ambientais para os assentamentos

o   Resolução da situação da CELG e execução do programa Luz para Todos

Entidades presentes (ordem alfabética)

1.    Central Única dos Trabalhadores - GO

2.    Coletivo da União da Juventude Socialista (UJS)

3.    Comissão Pastoral da Terra (CPT)

4.    Deputada federal Marina Sant´Anna (PT-GO) – representada pelo assessor Cláudio Marques

5.    Deputado Estadual Mauro Rubem (PT-GO)

6.    Deputado federal Rubens Otoni (PT-GO) – representado pela assessora Kátia Maria

7.    Diretório Central dos Estudantes do Instituto Federal Goiano

8.    Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (FETRAF-GO)

9.    Federação dos Trabalhadores na Indústria Canavieira

10.  Forum Goiano de Economia Solidária

11.  Forum Permanente de Cultura

12.  Juventude do PT

13.  Movimento Campesino Popular (MCP)

14.  Movimento Mobiliza Goiás

15.  Movimento Mudança

16.  Movimento Sem Terra (MST)

17.  MPA

18.  Nação Hip-Hop

19.  Sindiagri

20.  Sindicouro

21.  Sintego

22.  Sintraf – Piracanjuba

23.  União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES-GO)

24.  União Goiana de Estudantes Secundaristas (UGES)

25.  União Nacional dos Estudantes (UNE)

 

Anote:

A próxima iniciativa da CUT será uma reunião preparatória ao 1º de maio, Dia Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora.

O quê? Preparação do 1º de maio – Dia Internacional do Trabalhador

Quando? 15 de abril

Que horas? 9h

Onde? CUT-GO (Rua 70, Centro, próximo à Av. Independência)

Fone contato: 62  3224 0169

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http://www.facebook.com/mar.fabiana?sk=photos#!/album.php?aid=40350&id=100000799211890

AGRADECIMENTO
Agradeço à colega jornalista Márcia Fabiana que me emprestou a máquina fotográfica e permitiu que eu tirasse algumas fotos aqui publicadas.